quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O prazer do belo - Estética e Cultura das Mídias (2º semestre)


*O gosto pessoal de cada um, o prazer desse gosto e, o que o condiciona.
“Mas o que é, então, o Belo? Não é uma idéia ou um modelo. É uma qualidade presente em certos objetos – sempre singulares – que nos são dados à percepção.”
(Mikel Dufrenne)
Dentre as características mais importantes da arte, destacamos a emoção e o prazer que ela nos desperta (prazer do belo ou prazer estético).
O prazer que a arte desperta vem da forma das coisas, do som, do colorido, do ritmo, da maneira como nós percebemos essas coisas.
Todas essas impressões agradáveis, cheias de significados sugeridos pela forma, cor, textura e mesmo pelo conjunto com um todo, constituem o prazer do belo.
Chamam de prazer estético aquele que, resultando da sua composição e harmonia, é apreciado através da contemplação ou fruição.
Você tem a impressão de que, de todas as formas possíveis, o artista procurou descobrir a melhor, aquela que representa a intenção do compositor, as possibilidades do instrumento e a expressão de sua sensibilidade. Essa sensação que a música lhe traz é o prazer que caracteriza a fruição ou percepção artística.
Você percebe a sensibilidade do artista e se identifica com ela. Essa sensação é o que chamamos de prazer do belo e você pode ter certeza de que, quando um objeto, uma música, uma cena, despertarem esse tipo de emoção, esse objeto, essa música, essa cena são manifestações artísticas.
A sensação que temos então, é de que poderíamos ou deveríamos tê-la criado, diz Gaston Bachelard.
Peter Brook diz que a beleza de uma peça está na qualidade e na perfeição que o público é capaz de identificar num simples gesto ou numa palavra. Afirma que, para ser arte, uma interpretação deve ser capaz de estimular a imaginação do público que a ela se entrega. Ele está assim procurando mostrar que a beleza que caracteriza a obra de arte deve vir de dentro do observador, sob a forma de uma entrega ou de uma fruição emocionada.
O que faz a gente sentir emoção diante de uma música e não de outra, de uma imagem e não de outra, tem a ver com o que se viveu na infância, com o que se aprendeu em casa ou na escola. E também com o que se é, com nosso temperamento. Tudo isso nos faz sensíveis a determinadas linguagens e a certas soluções plásticas, visuais ou musicais. Isso explica por que nem todos acham as mesmas coisas belas, nem são sensíveis aos mesmos efeitos. A emoção artística depende, portanto, da sociedade em que se vive, da região, do tempo e das pessoas com quem convivemos.
Aos poucos vamos desenvolvendo uma forma própria de apreciar esteticamente o mundo que nos rodeia.
Desenvolvemos nossa sensibilidade em uma determinada direção, em casa, depois na escola e, mais tarde, com os amigos.
O prazer do belo depende também de nosso estado de espírito. Se estamos alegres, ficamos mais sensíveis às obras de arte que nos transmitem alegria. Se, ao contrário, estamos tristes, nos emocionamos mais com as músicas ou imagens que parecem estar sintonizadas conosco, reproduzindo nosso humor ou nossas emoções.
Algumas pessoas erroneamente pensam que só as imagens graciosas e as músicas alegres são capazes de encantar as pessoas, mas isso não é verdade. Muitas vezes uma imagem ou uma música emocionam justamente porque são fortes e violentas.
A beleza não é um valor universal, o que é belo para você pode não ser para o outro, de outra idade, outra cultura, outro sexo ou outro temperamento. Aquilo que o emociona num determinado dia pode não parecer tão belo alguns dias depois, quando você estiver em outro estado de espírito, ou tiver visto ou ouvido outras coisas.
Peter Brook diz para ficarmos atentos ao prazer que a arte nos dá e tentar perceber o que o causa e de onde vem esse prazer. Tornamo-nos então conscientes da beleza e daquilo com o que nos identificamos cultural e emocionalmente, isto é, tornamo-nos conscientes do nosso gosto.
Mikel Dufrenne afirma que o belo não é um modelo, mas uma qualidade.
Assim como o entendimento do que é um balão depende da cultura de cada um, os objetos artísticos, para serem percebidos como arte e apreciados esteticamente, têm que, de alguma forma, fazer parte do universo cultural de quem os percebe e aprecia.
Só recentemente, os artistas e críticos se tornaram sensíveis a manifestações artísticas mais livres e diversificadas.
A beleza está condicionada a diferentes critérios, conforme o tempo, o lugar, o sexo, a idade e o grupo ao qual pertencemos. A arte e o belo não são, portanto, conceitos universais. Confie na emoção que as coisas, as paisagens, as palavras e os sons despertam em você e desconfie daqueles que se julgam capazes de definir pelos outros, de forma inquestionável, o que é belo e o que é arte.
Clement Greenberg recomenda que aceitemos nosso gosto não como demonstração de verdade, mas como parte de nós mesmos, como aquilo que nos identifica e difere.
O que é artístico desperta no público uma emoção especial, de encantamento e enlevo ou até de medo, que pode ser identificada como prazer estético, pois surge da contemplação e da fruição da obra, de suas qualidades formais e de linguagem.
Para sentir essa emoção é preciso que a obra tenha a ver com sua sensibilidade. Esta, por sua vez, depende da sua idade, cultura, enfim, daquilo que diferencia você dos outros.
É preciso que o público se deixe emocionar e aprenda a distinguir o que aprecia e por quê. Além disso, se compreendermos que cada um tem sua sensibilidade, não ficaremos escandalizados com as preferências do outro e respeitaremos os gostos que são diferentes.